Morgado de Fafe

O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.

domingo, 27 de maio de 2012

Teatro – Cinema de Fafe encheu para apresentação da obra “Santa Casa da Misericórdia de Fafe – 150 anos ao Serviço da Comunidade”


No passado dia 25 de Maio, o historiador Daniel Bastos apresentou no Teatro – Cinema de Fafe o livro Santa Casa da Misericórdia de Fafe – 150 anos ao Serviço da Comunidade (1862 – 2012).

A apresentação do livro, integrada nas Comemorações do 150º aniversário da fundação da Santa Casa da Misericórdia de Fafe, instituição de referência no concelho e maior Misericórdia do distrito em serviços prestados à comunidade e em número de valências que comporta, contou com a presença de Manuel Lemos, Presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), e Maria Beatriz Rocha – Trindade, Professora Catedrática da Universidade Aberta, autora do prefácio da obra.


Com uma enorme afluência da comunidade local, em particular da “família” da Misericórdia de Fafe, que sobrelotou a joia da coroa da cultura da cidade, a sessão contou também com a presença do executivo camarário e do presidente da Assembleia Municipal, antigos autarcas, associações culturais, agentes económicos, representantes dos agrupamentos escolares, clérigos e demais forças vivas do concelho, assim como de provedores de Misericórdias da região e do vereador da cultura do Município de Cabeceiras de Basto.


A iniciativa foi antecedida pela apresentação pública do hino da Santa Casa da Misericórdia de Fafe, cuja letra foi criada por Laura Campos, antiga utente do Lar Joaquina Leite Lage, singelamente interpretado por meia centena de crianças, jovens e funcionários dos infantários e salas de estudo da instituição, que presentearam ainda o público com um espetáculo de bailado.


Na mesa de apresentação do livro, edição da Santa Casa da Misericórdia de Fafe com quase 350 páginas, além do historiador Daniel Bastos, autor da obra, da investigadora Maria Beatriz Rocha – Trindade, responsável pelo prefácio, e de Maria das Dores Ribeiro João, Provedora da Misericórdia de Fafe, tomaram igualmente assento o historiador Artur Ferreira Coimbra, que assina o posfácio do livro, António Marques Mendes, Presidente da Assembleia-geral da organização, Manuel Lemos, Presidente da União das Misericórdias Portuguesas, e José Ribeiro, Presidente da Câmara Municipal de Fafe. 

A sessão de apresentação foi aberta pelo causídico António Marques Mendes, que estando há mais de duas décadas dedicadamente à frente da Mesa da Assembleia Geral, deu as boas vindas a todos os presentes congratulando-se pela presença significativa da comunidade local na efeméride. Recordando a rica história da instituição, António Marques Mendes, regozijou-se pela Misericórdia ter agora a sua história em livro, e evocou a figura marcante do saudoso Cónego Joaquim Leite de Araújo como um dos mais importantes obreiros da Santa Casa da Misericórdia de Fafe.


Seguidamente usou da palavra o Presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), que parabenizou a Misericórdia de Fafe pela seu 150.º aniversário. Aludindo ao papel histórico das Misericórdias, de ajuda aos que precisam, Manuel Lemos recordou o papel estruturante que a Misericórdia de Fafe desenvolveu na região, na área da saúde mediante a administração do Hospital de S. José, unidade de saúde concelhia nacionalizada no pós-25 de Abril, de que a instituição é legítima proprietária, e que poderá constituir uma área de ação futura da Misericórdia de Fafe.


Posteriormente interveio o historiador local, Artur Ferreira Coimbra, que através do posfácio do livro explanou a estrutura monográfica da obra, considerando-a completa, consistente, assente em exaustivas pesquisas em arquivos e bibliotecas e leituras bibliográficas. Felicitando vivamente o amigo e autor pelo profundo trabalho de investigação, salientou que a vistosa monografia passa a constituir um gracioso cartão-de-visita do historial da vetusta instituição que honrou e honra o município e as suas gentes.


Na mesma esteira, a Professora Catedrática da Universidade Aberta, e fundadora e investigadora do Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais (CEMRI), Maria Beatriz Rocha – Trindade, autora do prefácio do livro, evocou o papel dos “brasileiros de torna-viagem” na construção contemporânea do concelho de Fafe e a sua dimensão benemerente na edificação do Hospital de S. José e na fundação da irmandade da Misericórdia. Relembrando a extraordinária obra do ilustre mestre Miguel Monteiro, a socióloga especialista em questões da Diáspora Portuguesa, sustentou que a obra realizada por Daniel Bastos assume-se como um valioso contributo para o conhecimento da instituição, da cidade e do próprio fenómeno migratório português.


No decorrer da sessão de apresentação do livro, o autor da obra, aproveitou o ensejo para agradecer o convite – desafio que a Provedora Maria das Dores Ribeiro João lhe lançou à sensivelmente ano meio para a realização de uma trabalho monográfico sobre a instituição, solicitação a que anuiu pelos laços mútuos de amizade pela principal responsável da organização, assim como pelo facto de a Misericórdia desempenhar um papel social de referência no concelho e no distrito. O historiador agradeceu ainda a colaboração essencial prestada pela instituição no acesso e disponibilização de documentos através do incansável funcionário Paulo Jorge Gonçalves e do voluntário António Augusto Oliveira.


Definindo a Santa Casa da Misericórdia de Fafe como um mosaico que ao longo do seu secular percurso sempre congregou a comunidade local diluindo diferenças e aglutinando vontades, Daniel Bastos agradeceu ainda a cooperação do fotógrafo Pedro Miranda e da advogada Isabel Brites. Enaltecendo o trabalho gráfico do tipógrafo Manuel Carneiro da Gráfica do Norte, o historiador local realçou a presença na mesa do autarca José Ribeiro, que considerou como o presidente do Município de Fafe que mais norteou a ação política da edilidade no campo social, e da investigadora Maria Beatriz Rocha – Trindade como autora de uma vasta bibliografia nacional sobre matérias relacionadas com Migrações. 


Presente na cerimónia, o autarca José Ribeiro elogiou o trabalho meritório e insubstituível que a instituição tem realizado para com os que mais necessitam. Destacando o variado leque de serviços sociais prestados à comunidade, o autarca elogiou a singelidade das comemorações do 150.º aniversário da Misericórdia de Fafe que recebeu na sessão solene local evocativa do 38.º aniversário da Revolução de Abril a Medalha de Ouro de Mérito Concelhio em reconhecimento da sua relevante, rica e plurifacetada história, nas áreas da saúde, assistência social, educação e juventude.


Os discursos foram encerrados pela Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Fafe, Maria das Dores Ribeiro João, que perante as forças vivas do concelho e os colaboradores das diferentes valências da Santa Casa da Misericórdia de Fafe, agradeceu a presença de todos, em particular de todos quantos possibilitaram a realização da cerimónia, a interpretação e execução do hino da instituição e do espetáculo de bailado. A principal responsável pela organização terminou a sessão agraciando com lembranças simbólicas da instituição a investigadora Maria Beatriz Rocha – Trindade, o historiador local, Daniel Bastos, que elaborou graciosamente a obra monográfica “Santa Casa da Misericórdia de Fafe – 150 Anos ao Serviço da Comunidade, e o diligente funcionário Paulo Jorge Gonçalves, que prestou uma excepcional colaboração na investigação histórica.


A cerimónia de apresentação da obra foi procedida de uma concorrida sessão de autógrafos que o autor se disponibilizou a efetuar, culminando assim num clima de enorme convivência os 150 anos desta instituição de solidariedade social que é hoje uma das maiores organizações sociais do Norte do país, com centenas de utentes, de vários escalões etários, e mais de 200 funcionários. 

 
Fotos dos amigos Manuel Meira e Paulo Jorge Gonçalves


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