Morgado de Fafe

O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

POEMA - Relembrar Auschwitz



O mundo celebra, esta sexta-feira, 27 de janeiro, o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, instituído em 2005 por uma resolução da Assembleia-Geral das Nações Unidas, e em que se evoca os milhões de vítimas do extermínio nazi que enfrentaram o terror e o mal absoluto.

Em memória de todos aqueles que padeceram a crueldade hedionda do nazismo, revivo o poema “Relembrar Auschwitz”, que integra o meu livro de poesia “Terra”, magnificamente ilustrado pelo mestre-pintor Orlando Pompeu.
Orlando Pompeu, “Relembrar Auschwitz” in Terra.


Relembrar Auschwitz

Vagueiam nus
em Auschwitz,
perdidos no silêncio infame,
os corpos dos nossos irmãos
aguardando disformes
o prenúncio da morte.
Arrastam-se lentamente
presos num corpo despojado
de dignidade que já foi seu.
Imploram aos carcereiros
obreiros da iniquidade,
alivio para a dor lancinante
que dilacera as entranhas
da humanidade.
Erguem-se em Auschwitz
as vozes dos inocentes
que padeceram a crueldade
hedionda do Holocausto.
Repousam em Auschwitz
as cinzas da história
que nunca devíamos
ter deixado acontecer!

Daniel Bastos, “Relembrar Auschwitz” in Terra.


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